UMA HISTÓRIA QUE MERECE SER CONTADA

 

O Monte Horeb o novo restaurante da margem Norte da Lagoa de Óbidos a seis kilometros das Caldas da Rainha, é uma história que merece ser contada aos que vierem saborear as suas iguarias, umas da Costa do Malabar, outras da que continua a ser a nossa Costa Atlântica. Monte Horeb transporta no seu próprio nome uma essência de tempos e itinerários: desde a origem bíblica que remonta à Palestina do Antigo Testamento quando Deus pela primeira vez fala a Moisés e faz de um monte de pastoreio um lugar sagrado e da palavra a forma da comunicação por excelência, a aventura da liberdade que por Deus nos foi dada de fazermos novos mundos e criarmos novos lugares e apetências.

Aos portugueses ajudou a nossa condição de marítimos e o amor das terras que detivemos e imutável mantemos sejam quais forem as teias do destino em afastar ou aproximar os povos uns dos outros.

Como existe o mistério de Deus a indicar-nos percursos, religiões e filosofias, padrões geográficos e históricos, existe o mistério dos sítios, existe o mistério das especiarias, existem polos de fixação e fontes de cultura a que nos afizemos e aonde a nossa alma enraizou qual cepa de casta apurada pelo mais ébrio e criativo dos mortais.

Conhecer o que está por detrás de um prato de caril ou do prato de chanfana é a história que Monte Horeb tem de contar na vivencia de cada dia, na experiência de cada noite ou pôr do sol. Na margem da Lagoa de Óbidos ou do Rio Mandovi, porque as duas margens se perfilam em nossa mente e medem forças na sensualidade das paisagens, das cores ou dos perfumes precisamente no Monte Horeb a sede e a saudade disparam e de corpo e alma sentamo-nos à mesa para beber à desta sede e desta saudade as essências e músicas que mais nos tocam e deliciam. O sumo da uva americana casa-se com o pó de gengibre e dá a cor da poesia.

O chá faz-nos recobrar da cíclica viagem pelas Índias e China. O café arrasa tudo sem estragar nada, em sui generis guerra santa.

Monte Horeb é um lugar de Paz, de encontros extraordinários, de doces e exaltantes convívios. Monte Horeb é um cantinho do Céu, de contemplação pelo passado e de desafio ao futuro. É lugar de Deuses, Reis, príncipes ou poetas onde parafraseando o Prof, Agostinho da Silva quem reina é o Espírito Santo. Lugar de um tempo moderno. “Adivinha quem vem para jantar” ou “continua a inventar”, é a senha para entrada no Monte Horeb, cuja história fica por contar mas acabará por ser conhecida com a descoberta de cada um dos seus frequentadores, ou amigos, sejam eles monárquicos, republicanos ou sonhadores do Universo, todos eles viajantes em trânsito.

Como em terras de Goa, em Monte Horeb, no Nadadouro, temos a representação de figuras que no rolar do tempo se tornaram míticas ou objeto de culto. Saído do Hinduismo o popular Ganesha, saídos do Cristianismo São Francisco Xavier e Santo António de Lisboa.

Sob o desígnio da simbiose das culturas e a sombra de tão magnânima proteção, se projetou o presente restaurante, que se pretende seja um reduto de Paz e evasão, no convívio das culturas entre o Oeste e o Este .

O Local tal como sonharam para si a Teresa e o Narana, inspira-se nestes elementos básicos que se desprendem de todo o meio ambiente e também são os da filosofia indiana: Ar, Terra, Água, Fogo, Estrelas, Sol, Lua, a Alma.

Monte Horeb é pois um lugar a não esquecer e onde sempre a saudade bem portuguesa perpassa e reforça a nossa identidade.

Aqui nos perdemos e nos encontramos